Proteção contra tensão de toque no SPDA

TRANSCRIÇÃO PARA DEFICIENTES AUDITIVOS

No podcast de hoje, falaremos sobre algumas soluções para proteção contra tensão de toque no SPDA, eu sou Nikolas Lemos e seja muito bem-vindo.

A tensão de toque é a diferença de potencial existente entre um ponto em que um ser vivo toca um objeto e o ponto em que ele está em contato com o piso ou outro objeto. Imagine que você vá abrir uma porta que esteja energizada. No momento em que você toca a maçaneta, irá circular uma corrente desde sua mão, passando pelo braço, percorrendo o tórax e as pernas, até ser escoada pelos seus pés. Dependendo da intensidade dessa corrente, a pessoa ou animal pode levar desde um pequeno choque, causando no máximo alguns cabelos em pé e um grande susto, até uma parada cardíaca, podendo levar a morte.

Se tratando de descargas atmosféricas, embora tenha uma duração bem menor, esse valor de corrente, normalmente, é muito alto quando comparado ao mínimo necessário para causar uma parada cardíaca, que é 200 mA. Daí a importância de se fazer a proteção contra tensões de toque no SPDA.

As descidas no nível do solo são os componentes com maior probabilidade de serem tocados durante uma tempestade, afinal elas normalmente são de fácil acesso em locais onde pessoas podem permanecer por bastante tempo. Se o sistema for estrutural, as descidas não estão aparentes e portanto não tem como serem tocadas. Como esse sistema possui uma baixa impedância, o risco de que uma pessoa em contato com um pilar de descida, receba uma parcela da corrente conduzida por ali, é bem baixo e considerado tolerável pela norma.

Mas atenção: descidas estruturais são diferentes de descidas embutidas no concreto.

Em sistemas não estruturais, existem algumas medidas para reduzir a níveis toleráveis os riscos por tensão de toque. Uma medida pode ser a redução do período de permanência das pessoas próximas a esses condutores, porém, em certos locais acaba sendo uma medida extremamente difícil de se controlar. Outra medida pode ser a utilização de pelo menos 10 caminhos naturais de descida, interconectados conforme o item 5.3.5 da NBR 5419-3:2015. Mas se estamos utilizando o sistema externo, é pouco provável que possuamos tantas descidas naturais que possam ser aproveitadas. Uma última medida seria aumentar a resistividade da camada superficial do solo, até 3m de distância desses condutores, de modo que ela não seja inferior a 100kiloohmmetro. Podemos considerar, por exemplo, a criação de uma camada de 5cm de espessura de asfalto ou uma camada de 20cm de espessura de brita. Em locais onde o efeito estético não seja tão importante, é uma boa medida a se fazer.

Caso não seja possível ou interessante adotar nenhuma dessas medidas anteriores, existem duas alternativas para proteção contra tensão de toque nas descidas do SPDA. A primeira alternativa é impedir que a pessoas entrem em contato direto com esses condutores, através de restrições físicas e sinalizações de alerta, como por exemplo uma placa de advertência como a Tel 5910. As restrições físicas devem respeitar as distâncias de segurança entre o condutor e o ponto onde a pessoa pode entrar em contato.

A segunda alternativa é a utilização de um condutor isolado, que suporte uma tensão de até 100kV, testado na onda 1,5/50μs e que seja construído com uma camada de no mínimo 3mm de polietileno reticulado.

Os condutores CUI, Tel 830208 com 3,5m de comprimento e Tel 830218 com 5m de comprimento, atendem a essas exigências e podem ser utilizados como condutores de descida no nível do solo protegidos contra tensão de toque. Eles proporcionam um bom efeito estético e podem ser utilizados em conjunto com as soldas exotérmicas, evitando caixas de inspeção. Eletrodutos de PVC não são considerados restrições físicas ou isolantes para a corrente do raio, portanto sua utilização é meramente para proteção mecânica dos condutores. O isolamento comum de cabos flexíveis não é suficiente para garantir a proteção contra tensão de toque de uma descarga atmosférica. Descidas que estão acima do nível do solo devem ser afastadas de janelas e varandas, assim garantimos que as pessoas não as toquem durante tempestades. Caso não seja possível afastá-las, deverá ser feita a ligação equipotencial com a laje e se possível embuti-las no concreto. A proteção na captação é mais fácil, já que a probabilidade de permanência das pessoas nesses locais é bem baixa, se o projetista julgar necessário, basta colocar avisos e placas de advertência alertando sobre esse risco.

Sempre utilize materiais normatizados e que possuam garantia de qualidade. Na dúvida consulte a nossa engenharia de vendas ou o nosso suporte técnico. Na Termotécnica Para-raios você também encontra serviços como projetos, consultorias, acompanhamentos de obras e cursos de SPDA e MPSs (medidas de proteção contra surtos).

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